Implicações da cirurgia bariátrica e sua relação com a psique



Implicações da cirurgia bariátrica e sua relação com a psique

 

  1. Introdução

A obesidade é uma doença com muitas causas, e entre elas se encontram as de ordem psicológica, psiquiátrica, social, cultural e biológica. Por esta razão necessita de uma abordagem ampla. A cirurgia bariátrica demonstrou ser um método eficaz no tratamento da obesidade mórbida, a partir de uma melhora na qualidade de vida e de alterações no estilo de vida do paciente. Mas não podemos desconsiderar as Implicações da cirurgia bariátrica e sua relação com a psique.

Não é incomum alterações psiquiátricas e psicológicas serem a causa da obesidade, fato este que muitas vezes não é abordado na prescrição da cirurgia.

Este artigo tem o objetivo de levar ao leigo algumas informações sobre estes fatos

Não há como negar os aspectos positivos pós-cirurgias bariátricas que são a significativa perda de peso e na maioria dos casos, a melhora das comorbidades relacionadas e melhora  da qualidade de vida.

A situação piora com o reganho de peso que ocorre muitas vezes a partir do segundo ano. Com o reganho de peso não é incomum observar nos pacientes a depressão e o surgimento ou agravamento da compulsão alimentar.

  1. Avaliação psiquiátrica no pré-operatório

É muito importante que a avaliação psiquiátrica conduzida pelo endocrinologista, seja feita no pré-operatório. Os diagnósticos aos quais devemos dar mais importância são aqueles relacionados a transtornos de comportamento, como transtornos alimentares; compras compulsivas; abuso de substâncias, principalmente o álcool; sintomas depressivos e ansiosos.

Comumente os transtornos psicológicos/psiquiátricos detectados APÓS a cirurgia já existiam antes e passaram desapercebidos. Recomenda se que qualquer condição psiquiátrica deve ser tratada antes e o tratamento deve continuar após o procedimento cirúrgico.

 

  1. Acompanhamento

A função do clinico, que acompanha o paciente para cirurgia, inclui também avaliar e elucidar o paciente sobre o grau de motivação e entendimento para cumprir com os cuidados necessários e a consciência de estar-se engajando em um projeto em longo prazo. O paciente deve ser informado dos riscos envolvidos, da necessidade de participação ativa no que se refere à implementação de atividade física regular e de adequação a um cuidadoso programa de alimentação e suplementação vitamínica. É fundamental abordar repetidamente as expectativas do paciente em termos do resultado estético e controle do peso, etc.
É também de fundamental importância a identificação e tratamento de problemas que possam interferir de modo negativo no resultado do tratamento. Estão entre eles condições psiquiátricas tais como abuso de álcool ou de outras drogas, transtornos psicóticos, transtornos de humor depressivo ou de ansiedade. Alterações do comportamento alimentar, são particularmente importantes e necessitam de uma avaliação criteriosa, que por vezes pode até sugerir tratamentos medicamentosos mais eficientes e com resultados mais duradouros do que a cirurgia.

Os trabalhos e a experiência clínica demonstram que as pessoas com obesidade apresentam diferentes graus de sofrimento psíquico decorrente desta patologia. Em geral, sofreram e sofrem discriminações e preconceitos de diversos tipos, que por sua vez podem ter se introjetados ao longo da vida, exigindo que o indivíduo aprenda a lidar com eles de uma maneira ou outra (p. ex., é possível que o bom humor destas pessoas tenha a ver com a sua maneira de lidar com esses problemas).

O acompanhamento clínico e as medicações psiquiátricas, ao longo do tratamento, dependem dessa avaliação inicial.

  1. Transtorno da Compulsão Alimentar

Os chamados transtornos alimentares, dentre os quais está o transtorno da compulsão alimentar, costumam ser agrupados com base no conjunto de sintomas com que se apresentam. Além das alterações do comportamento alimentar propriamente dito, observa-se nessas pessoas uma preocupação excessiva com aspectos como forma corporal, peso e alimentação.  O Transtorno da Compulsão Alimentar (TCA), via de regra, se apresenta com alterações da imagem corporal e sentimentos de auto rejeição, frequentemente percebendo seus corpos como grotescos ou repugnantes. Caracteriza-se por ataques de comer (grande quantidade de alimentos, associado a sentimento de perda de controle sobre a quantidade e qualidade da comida) que seguem um padrão regular (em média 2 ou mais episódios por semana) ao longo de pelo menos 6 meses.

4.1. Influencia do transtorno alimentar sobre o resultado da cirurgia

A presença de compulsão alimentar (Transtorno da Compulsão Alimentar – TCA) em pacientes que se apresentam para a cirurgia bariátrica tende a estar associada com uma menor redução de peso ou mesmo com a reaquisição variável de peso após cirurgia bariátrica. Esse efeito parece manifestar-se a partir de 1 ou 2 anos após a cirurgia. Em minha experiência pessoal – estes casos acabam retomando o peso inicial e se retoma o tratamento adequado para a patologia conseguem resultados bastante melhores.

Por outro lado, o surgimento de problemas psiquiátricos após a cirurgia parece estar associado com menor adesão aos cuidados alimentares e à atividade física regular, fatores sabidamente associados com o fracasso do resultado da bariátrica. Portanto, a identificação e o tratamento destes problemas são de fundamental importância no resultado do tratamento.

  1. Conclusão

Considerando o aumento da obesidade em graus de pandemia e a cirurgia bariátrica como um tratamento eficaz quando bem indicada. Não podemos subestimar o erro da má indicação. Alguns pacientes acabam achando que, após a cirurgia, problemas emocionais, sociais e profissionais, vão se resolver por terem se libertado da obesidade, o que acaba levando a uma possível frustração diante de desejos não conquistados pela cirurgia e perda de peso. Há causas que nos impelem a indicações imperfeitas das cirurgias, entre elas:

  • O resultado rápido e efetivo contra a obesidade,
  • O desalento do paciente com inúmeros tratamentos sem resultados – importante perceber que a maioria dos tratamentos anteriores fracassados não usou doses corretas de medicamentos apropriados e por tempo necessário. Na grande maioria o tratamento consistiu só em restrição alimentar e recomendação para que se fizesse exercício. Estando fadado, portanto, ao insucesso.
  • A experiência do cirurgião – que por acompanhar por pouco tempo o paciente, tem a noção que a perda do peso é duradoura.

6. Resultados

Após a cirurgia bariátrica, não é infrequente pacientes voltarem a seus médicos para fazer exames diversos para acompanhar os efeitos físicos. Ressaltamos que a maioria dos insucessos está relacionada com os efeitos psicológicos, frustração das expectativas e depressão que se instala com o reganho do peso.

Mais atenção, portanto, deve ser dada aos problemas psicológicos antes e após a cirurgia bariátrica.

Podemos esclarecer melhor, se necessário pelo e-mail:  dr.joffre@uol.com.br

D

Cirurgia bariátrica e os cuidados psíquicos antes e apos a cirurgia
Implicações da cirurgia bariátrica e sua relação com a psique

Dr.Joffre  3885 5066

 

Marque sua consulta


Por que não perco peso mesmo comendo pouco?

Clique para descobrir

Sobre o Autor

Deixe um comentário

Receba artigos no seu email

Assine nossa Newsletter

E seja notificado sobre novos artigos

Porque não perco peso mesmo comendo pouco?

BAIXE O EBOOK GRÁTIS

START TYPING AND PRESS ENTER TO SEARCH