Bactérias intestinais e obesidade

Bactérias intestinais e obesidade

 Na vida intrauterina, o intestino é completamente livre de germes. Ao nascermos nosso intestino é colonizado por grande numero de bactéria chegando a trilhões de bactérias que vivem em nosso intestino. Temos mais bactérias intestinais do que células no nosso corpo. Se fossemos transformado em uma massa e fosse medido o DNA desta massa o componente humano seria 5% e o das bactérias 95 %.  Estes micro-organismos que vivem no trato gastrointestinal, estabelecem relações conosco que interferem em varias funções normais do nosso organismo. Diversas publicações demonstram que esse microbioma intestinal está relacionado com a obesidade. Isto já foi confirmado em humanos, ratos e libélulas.

Há um trabalho árabe que estudou bactérias intestinais e obesidade da seguinte forma:  foram transportada bactérias do intestino de magros para gordos e vice versa promovendo a perda/ ou ganho de peso de acordo com as bactéria que foram implantadas. A explicação, já bastante comprovada, é de que após as bactérias morrerem, são absorvidas com se fossem parte da nossa alimentação. Mas a parede de alguns deste microrganismos tem, após a sua absorção, efeitos sobre a ação do hormônio insulina contribuindo para a ação da insulina seja maximizada levando há um aumento do peso, da gordura abdominal, dos triglicerídios e da pressão arterial- que é chamada de Síndrome Metabólica e é a doença precursora do diabetes que acomete os obesos e as pessoas a partir da meia idade.

No entanto há mais comprovações a respeito do papel da correlação entre  bactérias intestinais e obesidade. Vanessa Ridaura e colaboradores, da Universidade de Washington, acabam de demonstrar que o microbioma de pessoas obesas ou magras é capaz de induzir obesidade ou magreza em ratos; e que bactérias intestinais de doadores magros pode invadir, colonizar o intestino e emagrecer ratos obesos, alimentados com uma dieta favorável.

No estudo, foram escolhidos quatro pares de irmãs gêmeas discordantes, nos quais uma era magra (Mg) e a outra obesa (Ob). Amostras de fezes de cada participante foram transplantadas para os intestinos de ratos criados em ambiente livre de germes.

Alimentados com dietas contendo o mesmo número de calorias, desenvolveram obesidade apenas os animais que receberam transplantes fecais das mulheres obesas.

Quando os pesquisadores colocaram na mesma gaiola um rato (Ob), que recebeu transferência de bactérias cultivadas a partir das fezes de uma irmã obesa, em companhia de um rato (Mg), portador de bactérias obtidas da irmã magra, o animal (Ob) perdeu peso. As bactérias dos ratos (Mg) colonizaram os intestinos  dos ratos (Ob), mas a colonização reversa – dos (Mg) pelas bactérias dos (Ob) – não ocorreu. Os ratos (Ob) emagreceram; os (Mg) permaneceram magros.

A interação com a dieta foi clara: bactérias intestinais dos ratos (Mg) só colonizaram adequadamente e emagreceram os ratos (Ob), quando estes foram alimentados com dietas ricas em fibras e pobres em gordura.

 Uma das principais atividades destas bactérias intestinais é quebrar e fermentar fibras alimentares, formando os chamados ácidos graxos de cadeia curta (AGCCs), que fornecem 5% a 10% das calorias diárias dos seres humanos. Ratos (Mg) produzem maiores quantidades desses ácidos graxos do que os (Ob). Embora os AGCCs sejam fonte de energia, eles promovem emagrecimento porque inibem o acúmulo de gordura no tecido adiposo, aumentam a energia que o organismo gasta em repouso e a produção de hormônios envolvidos na sensação de saciedade. 

Traduzir esses achados para o contexto humano não é simples. Alguns Bacteroides intestinais presentes nos ratos (Ob) dos experimentos descritos são mais frequentes em pessoas obesas do que nas magras. Eles estão associados a dietas ricas em proteína animal e gorduras saturadas, e são encontrados em pequeno número em africanos que ingerem alimentos ricos em fibras. O modelo experimental descrito pelo grupo da Universidade de Washington está servindo de base para trabalhos com transplantes de bactérias fecais humanas no tratamento da obesidade.

O fato é de que sem duvida, estes nossos hospedeiros, interferem no nosso peso. Já há hoje, lactobacilos e suplementos alimentares com pró bióticos que, se corretamente prescritos colaboram com nossa saúde e manutenção do peso desejado.

veja mais: https://www.drjoffre.com.br/causas-cerebrais-da-obesidade/ e https://www.drjoffre.com.br/tratamento-particularizado-da-obesidade/

bactérias intestinais e obesidade
bactérias intestinais e obesidade

Salvar

Salvar

Marque sua consulta


Por que não perco peso mesmo comendo pouco?

Clique para descobrir

Sobre o Autor

Deixe um comentário

Receba artigos no seu email

Assine nossa Newsletter

E seja notificado sobre novos artigos

Porque não perco peso mesmo comendo pouco?

BAIXE O EBOOK GRÁTIS

START TYPING AND PRESS ENTER TO SEARCH